Faça parte de nossa comunidade!

Coloquemos a poesia como alimento essencial para a evolução da alma dos nossos conterrâneos!!!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

09 de janeiro

 O fato histórico mais importante no dia 09 de janeiro ocorreu em 1822. Nesta data, mais de oito mil assinaturas fizeram D. Pedro I decidir por desacatar as ordens da Coroa Portuguesa e permanecer aqui, para a alegria da elite aristocrática brasileira.

 Registrado na história como o Dia do Fico, o príncipe regente teria declarado: ''Se é para o bem de todos, e felicidade da nação, diga ao povo que fico''. Além desta ocorrência, em 1920 nascia em Recife um dos maiores poetas brasileiros - João Cabral de Melo Neto.

 Tido por muitos como um dos maiores poetas modernistas, completaria hoje 92 anos. João Cabral iniciou seus trabalhos pelo mundo como diplomata em 1945, para depois, em 1969, se tornar membro da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 1999.

 Primo de Manuel Bandeira, seu primeiro livro publicado foi ‘Pedra do Sono’, em 1942, uma reunião de suas poesias. No entanto, sua obra mais conhecida talvez seja seu livro ‘Morte e vida Severina’, de 1956, onde o autor conta a história de um rapaz que migra do sertão nordestino para o litoral pernambucano em busca de novos horizontes.

 Sinceramente não conheço muito do conteúdo deste autor, mas pelo que pesquisei, dizem que o autor não costumava usar muito de sua própria emoção, pelo contrário, fugia de sentimentalismo. Quem souber mais sobre o autor, peço que deixe seus comentários. Num futuro próximo com certeza terei mais o que falar sobre este autor. Pelo pouco que li sobre ele já estou bem interessado em prosseguir este ‘estudo’.


 Buscando informações sobre João Cabral no livro do cursinho do Objetivo Literatura II, li um fragmento bem interessante. Segue ele:

 Nunca pensou em ser poeta e costumava ficar muito irritado quando assim o chamavam:

‘’A coisa que me dá mais raiva é alguém me chamar de poeta. Chegam ao cúmulo de me escrever cartas endereçadas ‘’ao poeta João Cabral de Melo Neto’’. Tenho vontade de devolver tudo com um bilhete: ‘’não é aqui’’. Ninguém escreve ‘’ao engraxate Fulano de Tal ou ao romancista Jorge Amado!’’ O funcionário da embaixada vem me entregar a carta e eu sinto aquele ar de ironia. Por que poeta? Poeta não tem isenção nenhuma. Nem imunidade. ‘’ (João Cabral de Melo Neto)

 Fica aqui um poema deste homem que, para muitos, foi o maior poeta da geração dos anos 45.

Tecendo a Manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
Se erguendo tenda, onde entrem todos,
Se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
Que, tecido, se eleva por si: luz balão.

FIM

OBS: Mesmo tendo sido finalizado no dia 09 de janeiro, infelizmente não pode ser publicado nesta data devido a problemas nos sinais da interrnet na minha região. Valeu, Net! ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário