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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cracolândia

Muito trabalho nos últimos dias, pois estou me dedicando bastante para que o meu livro reportagem E a poesia, afinal? fique excelente! 

Sem muito tempo para escrever aqui - e como o tema tem sido muito discutido nos últimos dias - deixo uma poesia do meu querido Pezão,  produtor cultural e poeta por obra do destino. Trabalha na Casa das Rosas há dois anos, e foi um dos fundadores (junto com Sérgio Vaz) do Cooperifa, grupo que comemorou dez anos de existência promovendo saraus, projetos sociais e muito mais na periferia paulistana, sempre com um toque de poesia, muita qualidade e preocupação com a evolução dos seres. Certamente estes dois ainda serão muitos citados aqui no poesiaceita. Aguardem.

Cracolândia, de Marco Antônio Iaducicco (vulgo Pezão)

Nas ruas do centro
São turbas de nus
Cachimbos em brasa
Farrapos da Luz

Lá no bairro
Da Santa Ifigênia

À Cida Fumaça
Pessoas chapadas
Chupadas baratas
Rasgadas bandeiras

Lá no bairro
Da Santa Ifigênia

Putas encenam
Caudilho de cruz
Porra só conta
No corpo de pus

Lá no bairro
Da Santa Ifigênia

Pirata safado
Chips, ó play
Aurora Vitória
Timbiras Triunfo

Lá no bairro
Da Santa Ifigênia

Ruínas em pedras
Jaz o passado
Almas e vícios
No Campos Elísios

Lá na Helvetia
E Santa Ifigênia

O lixo do lixo
Não ponha na boca
Cachimbos em brasa
Farrapos de luz
Nas ruas do centro
São turbas de nus

Lá na Helvetia
E Santa Ifigênia

Abre, abre, abre a cerveja

FIM

E aí... o que acharam?  

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